ÍNDICE
INTRODUÇÃO
As
aberrações cromossômicas podem ser numéricas ou estruturais e envolver um ou
mais autossomos, cromossomos sexuais ou ambos. As aberrações cromossômicas
numéricas incluem os casos em que há aumento ou diminuição do número do
cariótipo normal da espécie humana, enquanto as aberrações cromossômicas
estruturais incluem os casos em que um ou mais cromossomos apresentam alterações
de sua estrutura.
Aberrações
Numéricas dos Cromossomos
Aberrações
Estruturais dos Cromossomos
DISTÚRBIOS
DOS AUTOSSOMOS
TRISSOMIAS
AUTOSSÔMICAS
Síndrome
de Down
Trissomia
do 18
Trissomia
do 13
SÍNDROMES
DE DELEÇÃO AUTOSSÔMICA
Síndrome
do Miado do Gato (5p-)
DISTÚRBIOS
DOS CROMOSSOMOS SEXUAIS
As
anormalidades dos cromossomos sexuais, a exemplo das anormalidades autossômicas,
podem ser numéricas ou estruturais e apresentar-se em todas as células ou na
forma de mosaico.
ANEUPLOIDIA
DOS CROMOSSOMOS SEXUAIS
Síndrome
de Klinefelter (47,XXY)
Síndrome
47,XYY
Trissomia
do X (47,XXX)
Síndrome
de Turner (45,X e variantes)
INTRODUÇÃO
- Aberrações Numéricas dos Cromossomos
As
aberrações numéricas dos cromossomos são classificadas em dois grandes grupos:
Aneuploidias
Há
um aumento ou diminuição de um ou mais pares de cromossomos, mas não de todos A
maioria dos pacientes aneuplóides apresenta trissomia (três cromossomos em vez
do par normal de cromossomo) ou, menos frequente, monossomia (apenas um
representante de um cromossomo). O mecanismo cromossômico mais comum da
aneuploidia é a não-disjunção meiótica, uma falha da separação de um par de
cromossomos durante uma das duas divisões meióticas. As consequências da
não-disjunção durante a meiose I e a meiose II são
diferentes:
Quando
o erro ocorre na Meiose I, os gametas apresentam um representante de ambos os
membros do par de cromossomos ou não possuem todo um
cromossomo.
Quando
o erro ocorre na Meiose II, os gametas anormais contém duas cópias de um
cromossomo parental ( e nehuma cópia do outro) ou não possuem um
cromossomo.
Muito
embora as aneuploidias sejam mais frequentemente decorrentes de erros meióticos,
deve-se ter sempre em mente a possibilidade delas resultarem de perda
cromossômica ou de falta de disjunção das cromátides durante a primeira divisão
mitótica do zigoto, ou durante a segmentação de um dos blastômeros. Em outras
palavras, os indivíduos que manifestam aneuploidias podem ser consequência de
acontecimentos pós-zigóticos.
EuploidiasA
alteração é multiplo exato do número haplóide (n).
A
sobrevivência de um indivíduo totalmente euplóide é impossível, e quase todos os
casos de triploidia (3n) ou de tetraploidia (4n) somente foram observados em
abortos espontâneos. Raros foram os casos que chegaram a termo e, mesmo assim,
eram de natimortos ou de morte neonatal
A
triploidia provavelmente resulta de falha de uma das divisões da maturação no
ovócito ou, geralmente, no espermatozóide.
Os
tetraplóides sempre são 92, XXXX ou 92, XXYY, resultantes em geral de uma falha
da conclusão de uma divisão por clivagem inicial do
zigoto.
INTRODUÇÃO
- Aberrações Estruturais dos Cromossomos
Durante
a intérfase quando os cromossomos estão mais distendidos e metabolicamente
ativos, eles são mais vulneráveis a variações do ambiente que provocam rupturas
de sua estrutura. As aberrações estruturais dos cromossomos resultam de quebra
cromossômica seguida de reconstituição em uma combinação anormal.
Os
rearranjos estruturais são definidos como equilibrados e
não-equilibrados.
Rearranjos
não-equilibrados
Quando
o conjunto cromossômico possui informações a mais ou a menos. Os rearranjos
não-balanceados envolvem:
Deleção
A
deleção resulta em desequilíbrio do cromossomo por perda de um segmento
cromossômico. Uma deleção pode ser terminal ou
intersticial.
As
deleções podem originar-se por quebra cromossômica e perda do segmento
acêntrico. Em alguns casos, as deleções ocorrem por um crossing-over desigual
entre cromossomos homólogos desalinhados ou
cromátides-irmãs.
Duplicação
Em
geral, a duplicação parece ser bem menos nociva que a deleção. As duplicações
podem originar-se por crossing-over desigual ou por segregação anormal da meiose
num portador de uma translocação ou inversão
Cromossomos
em anel
As
deleções terminais nos dois braços de um cromossomo podem dar origem a um
cromossomo em anel, se as extremidades livres fraturadas se
soldarem.
Os
cromossomos em anel podem dividir-se normalmente durante a mitose ou meiose, mas
sujeitos à degeneração.
Isocromossomos
São
cromossomos que apresentam deficiência total de um dos braços e duplicação
completa do outro.
Uma
hipótese plausível é a que considera a possibilidade de um cromossomo sofrer
fratura exatamente junto ao centrômero, pouco antes da anáfase mitótica ou da
meiose II.
Cromossomos
dicêntricos
São
cromossomos que apresentam dois centrômeros. Os cromossomos dicêntricos tendem a
quebrar-se na anáfase, se os dois centrômeros estiverem próximos, se um
centrômero for inativado, um cromossomo dicêntrico pode ser estável.
Translocação
Dois
cromossomos sofrem quebras e há a soldadura de um segmento cromossômico a uma
região fraturada de outro.
Existem
dois tipos principais:
Translocações
recíprocas
Resultam
de quebra de cromossomos não homólogos, com trocas recíprocas de segmentos
soltos.
Quando
os cromossomos de uma translocação recíproca balanceada se pareiam na meiose,
forma-se uma figura quadrirradial (em forma de cruz).
Na
anáfase os cromossomos se segregam a partir desta configuração de três maneiras
possíveis:
Translocações
robertsonianas
Envolve
dois cromossomos acrocêntricos que se fundem próximos à região do centrômero com
perda dos braços curtos.
Na
figura acima temos cromossomos dos gametas que podem ser produzidos por um
portador de uma translocação robertsoniana, t(14q21q) Embora o portador de uma
translocação robertsoniana seja fenotipicamente normal, há um risco de gametas
não-balanceados e de prole não-balanceada.
Rearranjos
equilibrados
Quando
o conjunto cromossômico possui o complemento normal de informações.Todas as
informações genéticas estão presentes, mas acondicionadas de modo
diferente.
Inversão
Inversão
é a ocorrencia de duas quebras em um cromossomo unifilamentoso durante a
intérfase e a soldadura em posição invertida do fragmento ao restante do
cromossomo. A inversão é dita paracêntrica se as quebras ocorrerem em um mesmo
braço cromossômico, e é denominda pericêntrica se o fragmento cromossômico
invertido incluir o centrômero.
Quando
uma inversão está presente, uma alça é formada durante o pareamento dos
cromossomos na meiose I.
A
ocorrência de uma permuta no local de uma inversão paracêntrica fará com que de
cada bivalente surjam dois cromossomos gaméticos anormais ( um dicêntrico e
outro acêntrico), um normal e outro com a inversão
original:
A
ocorrência de permuta em uma inversão pericêntrica fará com que um bivalente dê
origem a dois cromossomos anormais (ambos com uma deficiência e uma duplicação),
um cromossomo normal e outro com a inversão original.
Uma
inversão geralmente não causa um fenótipo anormal nos portadores. Sua
importância médica é para a progênie, pois há o risco de produzir gametas
anormais que podem levar a uma prole não-balanceada.
Translocação
Cromossomos
marcadores
DISTÚRBIOS
DOS AUTOSSOMOS - Síndrome de Down
A
Sindrome de Down ou trissomia do 21, é sem dúvida o distúrbio cromossômico mais
comum e a mais comum forma de deficiência mental congênita. Geralmente pode ser
diagnosticada ao nascimento ou logo depois por suas características dismórficas,
que variam entre os pacientes, mas produzem um fenótipo
distintivo.
Os
pacientes apresentam baixa estatura e o crânio apresenta braquicefalia, com o
occipital achatado. O pavilhão das orelhas é pequeno e dismórfico. A face é
achatada e arredondada, os olhos mostram fendas palpebrais e exibem manchas de
Brushfield ao redor da margem da íris. A boca é aberta, muitas vezes mostrando a
língua sulcada e saliente.
As
mãos são curtas e largas, frequentemente com uma única prega palmar transversa
("prega simiesca").
Os
pés mostram um amplo espaço entre o primeiro e o segundo dedos.
Que
é Síndrome de Down?
Você
já ouviu falar em Síndrome de Down? E em "Mongolismo"?
Síndrome
de Down e "Mongolismo" são a mesma coisa. Como o termo "Mongolismo" é
pejorativo, e por isso inadequado, passou-se a usar Síndrome de Down ou
Trissomia.
Todas
as pessoas estão sujeitas a ter um filho com Síndrome de Down, independente da
raça ou condição sócio-econômica. No Brasil, acredita-se que ocorra um caso em
cada 600 nascimentos, isso quer dizer que nascem cerca de 8 mil bebês com
Síndrome de Down por ano.
Diferente
do que muitas pessoas pensam, a Síndrome de Down não é uma doença, mas sim uma
alteração genética que ocorre por ocasião da formação do bebê, no início da
gravidez.
O
que é uma Alteração Genética?
Todos
os seres humanos são formados por células. Essas células possuem em sua parte
central um conjunto de pequeninas estruturas que determinam as características
de cada um, como: cor de cabelo, cor da pele, altura etc.. Essas estruturas são
denominadas cromossomos.
O
número de cromossomos presente nas células de uma pessoa é 46 (23 do pai e 23 da
mãe), e estes se dispõem em pares, formando 23 pares. No caso da Síndrome de
Down, ocorre um erro na distribuição e, ao invés de 46, as células recebem 47
cromossomos. O elemento extra fica unido ao par número 21. Daí também, o nome de
Trissomia do 21. Ela foi identificada pela primeira vez pelo geneticista
francês Jérôme Lejeune em 1958.
O
Dr. Lejeune dedicou a sua vida à pesquisa genética visando melhorar a qualidade
de vida dos portadores da Trissomia do 21.
Existem
3 tipos de trissomia 21, detectadas por um exame chamado cariótipo. São eles:
trissomia
21 simples (ou padrão): a pessoa possui 47 cromossomos em todas as células
(ocorre em 95% dos casos de Síndrome de Down).
mosaico:
a alteração genética compromete apenas parte das células, ou seja, algumas
células têm 47 e outras 46 cromossomos (2% dos casos de Síndrome de Down).
translocação:
o cromossomo extra do par 21 fica "grudado" em outro cromossomo. Nese caso
embora indivíduo tenha 46 cromossomos, ele é portador da Síndrome de Down (cerca
de 3% dos casos de Síndrome de Down).
É
importante saber, que no caso da Síndrome de Down por translocação, os pais
devem submeter-se a um exame genético, pois eles podem ser portadores da
translocação e têm grandes chances de ter outro filho com Síndrome de Down.
Ainda
não se conhece a causa dessa alteração genética, sabe-se que não existe
responsabilidade do pai ou da mãe para que ela ocorra. Sabe-se também que
problemas ocorridos durante a gravidez como fortes emoções, quedas, uso de
medicamentos ou drogas não são causadores da Síndrome de Down, pois esta já está
presente logo na união do espermatozóide (célula do pai) com o óvulo (célula da
mãe).
Quais
as características mais comuns nas pessoas com Síndrome de Down?
Os
indivíduos com Síndrome de Down apresentam certos traços típicos, como: cabelo
liso e fino, olhos com linha ascendente e dobras da pele nos cantos internos
(semelhantes aos orientais), nariz pequeno e um pouco "achatado", rosto redondo,
orelhas pequenas, baixa estatura, pescoço curto e grosso, flacidez muscular,
mãos pequenas com dedos curtos, prega palmar única.
A
partir destas características é que o médico levanta a hipótese de que o bebê
tenha Síndrome de Down, e pede o exame do cariótipo (estudo de cromossomos) que
confirma ou não a Síndrome.
A
criança com Síndrome de Down tem desenvolvimento mais lento do que as outras
crianças. Isto não pode ser determinado ao nascimento. Precisa de um trabalho de
estimulação desde que nasce para poder desenvolver todo seu potencial.
Aspectos
Clínicos da Síndrome de Down - Uma Revisão
(Palestra
proferida no II Congresso Brasileiro sobre Síndrome de Down
)
Por
Zan MustacchiHospital Infantil Darcy Vargas - São Paulo/SP
Vários
foram os protocolos sugeridos para o acompanhamento clínico do portador de
Síndrome de Down, dentre estes, o protocolo de atendimento dos portadores de
Síndrome de Down configurado pela experiência clínica em São Paulo foi definido
com a união das propostas de Brasília e São Paulo pelo Dr. Dennis Alexander
Burns e Dr. Zan Mustacchi na suspeita clínica:
Ecocardiograma
com eletrocardiograma;
Raio
X de tórax;
TSH,
T3 e T4;
Ultrasson
de abdomen global;
Ultrasson
de sistema nervoso central;
Fundo
de olho;
B.E.R.A
(Audiometria de Tronco Cerebral);
Eventual
Avaliação com especialistas;
Iniciar
estimulação precoce.
Durante
o primeiro ano:
Colher
cariótipo;
Investigar
orgãos neurosensoriais, oftalmológos e otorrinolaringológicos;
Urina
tipo I;
Hemograma
com plaquetas;
Ca,
P e fosfatase alcalina;
Imunização
complementar;
Rever
avaliação com: Cardiologista, Neurologista, Ortopedista e Endocrinologista se
necessário.
a)Atraso
do desenvolvimento pré e pós natal, com peso e estatura geralmente baixos ao
nascer. Em relação ao desenvolvimento pós-natal, o atraso é mais evidente a
partir do sexto mês de vida (Mustacchi, 1995, Selikowitz, 1990, Pueschel, 1995);
b)Baixa
estatura; a altura média dos adultos afetados é de 154 cm para homens e 144 cm
para mulheres, chegando a atingir estatura de 1,75 m, notando-se atualmente
estaturas progressivamente maiores;
c)Frouxidão
ligamentar;
d)Hipotonia
muscular: classicamente é descrita na literatura, a hipotonia dos músculos
esqueléticos estriados no grupo Down, relacionada ao retardo no desenvolvimento
motor e às hérnias umbilicais e inguinais, além das diástases dos músculos retos
abdominais. O mesmo tipo de repercussão ocorre nos aparelhos que representam
musculatura lisa diminui o potencial bronco-espástico, determinando a menor
frequência de asma brônquica na SD. É nessa musculatura que se apoia o eptélio
pseudo-estratificado cilíndrico ciliado, que vibra, produzindo o movimento do
muco gerado pelas células caliciformes. O muco tem funções de umidificação,
filtro, aquecimento e defesa imunológica. Uma provável diminuição das vibrações
ciliares pode decorrer da hipotonia da musculatura lisa, caracterizando uma
alteração inter-relação do conjunto epitélio respiratório e sua musculatura,
favorecendo um acúmulo de secreção, e produzindo meio adequado, por estase, para
a proliferação bacteriana (Mustacchi e Rozone, 1990).
Há
evidências de casos de hiplopasia pulmonar, hipertensão pulmonar, com ou sem
CPCg e apnéia de sono; esta última podendo estar vinculada a um maciso-facial
hiplopásico (Fisher-Brandies; 1988) incluindo estenose de coana, hipoplasia
mandibular, alterações das dimensões da cavidade oral e pseudomacroglossia com
hiperplasia do sistema linfóide e a hipotonia laringo-faringeana, comumente
contribui para este tipo de comprometimento. Estes fatores quando associados a
infecções sofrem repercussões das alterações imunitárias (Lockitch, 1989), tais
como deficiência tímica, diminuição de células T (Levin, 1975), disfusões de
células "Killer", deficiência dos subclones de IgG (Avanzini, 1988), diminuição
de células fagocíticas quimioluminescentes com um comprometimento envolvendo o
zinco (Locktich, 1989), baixa resposta à antígenos polissacarídicos (nurmi,
1982), diminuição da produção da interleucina 2 e alteração das moléculas de
adesão (O'Sullivan, 1994).
Aspectos
Específicos em Síndrome de Down:
Sistema
Cardíaco - Em 1894 Garrod (apud Marino, 1992) fea a primeira descrição de CPCg
em um cromossomo portador de Síndrome de Down. Uma em cada vinte crianças que
nascem com defeito cardíaco tem trissomia do cromossomo 21, comparado com 0,3 %
do evento em crianças sem cromossomopatia. A mal formação cardiovascular
encontra-se presente em cerca de 40% das crianças afetadas com esta síndrome. O
defeito do canal atrioventricular comparece com 43%; a comunicação
interventricular, com 32%, 10% tem comunicação interatrial tipo fossa oval, 6%
com tetralogia de Fallot, 5% com persistência do canal arterial, cabendo 4% a
outros tipos de malformações menos frequentes (Marino, 1992). Há uma forte
associação entre defeito septal ventricular e trissomia do 21, o que não é
observado nas outras anormalidades cromossômicas. Este fato leva à especulação
de que alguma importante função, no crescimento ou na aderência do coxim
endocárdio, é determinada pelos genes do cromossomo 21 (Marino, 1992, Silva,
1990).
Sistema
Osteoarticular - Os ângulos acetabular e ilíaco apresentam-se diminuídos ao
exame radiológico em pacientes portadores de Síndrome de Down. Displasia
acetabular é encontrada em 60% a 70% dos casos; instabilidade rótulo-femural em
12% dos casos, dos quais cerca de 50% têm manifestações de deslocamentos gerando
quadros de luxações que têm indicação cirúrgica. Em uma amostra de 16 pacientes
a correção clínica com adequada evolução ambulatoria; ocorreu em 86% dos casos
(Mandez, 1988). Em 1963, Spitzer e colaboradores relataram o deslocamento
anterior da 1a vértebra cervical (atlas) sobre a 2a (áxis) em portadores de
aberrações cromossômicas do 21 (Spitzer apud Mustacchi e Rozzone, 1990).
Sistema
Endócrino-Metabólico - No sistema endócrino a tireóide é o orgão que vem sendo
alvo de melhores estudos. Willians em 1971 discutia provável etiologia
auto-imune com encontro de anticorpos específicos tireoidianos nos portadores de
Síndrome de Down e em suas mães (Willians apud Mustacchi e Rozone, 1990 e Nalin,
1975). Leujene (1988) propõe a correlação do metabolismo dos monocarbonos ao
comprometimento mental e fenômenos vinculados a hipotireoidismo em Síndrome de
Down, além de definir alterações de sensibilidade deste mesmo grupo ao
metotrexate e à atropina. (Wark, 1983, Peeters et. al.,1987, Garré et.
al.,1987). A alteração da função tireoidiana poderia estar vinculada ao
desenvolvimento anômalo da glândula, resultando em infiltrado linfocitário,
inflamatório, quadro sugestivo de atividade de desordem auto-imune
correlacionado com deficiência do sistema dos linfócitos T (McCullon, Murdoch, e
Jarilla, apud Mustacchi e Rozone, 1990). Em 40 casos de crianças entre 2 meses e
14 anos avaliados endocrinológicamente, 25 apresentaram quadro laboratorial
compatível com hipotireoidismo (62,5%) (Mustacchi et. al., 1989); enquanto
Friedman e colaboradores evidenciam a frequência de disfunções tireoidianas
entre 2% a 63% nos indivíduos portadores de Síndrome de Down (Friedman apud
Pueschel e Bier, 1992). Por existir evidências de que o timo em Síndrome de Down
tem uma involução vinculada ao zinco Napolitano tentou correlacionar o
hipotireoidismo à deficiência de zinco que foi encontrada na população com
Síndrome de Down por Milunsky, Hackley e Astet (Napolitano apud Pueschel e Bier,
1992) e esta hipótese pode ter um embasamento devido à normalização do eixo
hipofisário-tireoidiano se restabelecer com complementação de zinco nesta
população de Síndrome de Down com hipotireoidismo. Outras manifestações
endocrinológicas estão vinculadas a manifestações do comprometimento da glândula
pituitária apresentando alteração da secreção do hormônio de crescimento,
deficiência adrenal em cerca de 50%, alterações vinculadas aos hormônios
gonadais em 27% com criptorquidia e por apresentarem um eixo pituitário-gonadal
aparentemente normal, muito provavelmente devem ter suas funções gonadais
preservadas. As mulheres apresentam ciclo menstrual regular, variando entre 22 e
33 dias com período menstrual por volta de 4 dias, havendo várias referências de
fertilidade (Pueschel e Bier, 1992). As evidências e manifestações de "diabetes
mellitus"tipo 1, doença de Graves, doença celíaca, falência adrenal,
hipoparatireoidismo, hepatite crônica ativa, tireioidite de Hashimoto,
tireoidite linfocítica crônica, älopecia areata"e vitiligo convergem na
fundamentação do componente auto-imune significativo na relação do gene HLA e de
Síndrome de Down, gene esse que está localizado no braço curto do cromossomo 6
(Mustacchi e Rozone, 1990). Hábitos nutricionais definidos por erros dietéticos
são o principal fator do desnvolvimento da obesidade nesta população (Chad et. al.,
1990). A concentração do coleterol foi significantemente baixa e a da
Beta-lipoproteína sifnificantemente alta na população com Síndrome de Down,
achado este associado a alto risco de arteriosclerose prematura, que
estranhamente não são evidenciados em Síndrome de Down (Dorner et. al., 1984).
Provavelmente a falta deste comprometimento possa ser explicado a estes
pacientes faleceremm antes de que se possa detectar a arteriosclerose. Zamorano
et. al. (1991) descrevem "locus"na região 21q11 - qter que codifica informação
para receptores de lipoproteínas de baixa densidade provavelmente atuando como
controlador do metabolismo lipídico.
Estudos "pós-mortem" enfatizam a ausência de ateromas e menor incidência
de arteriosclerose em
pacientes com Síndrome de Down em relação a população normal (Pueschel e
Bier, 1992). O encontro de baixa
concentração de selênio em pacientes portadores de Síndrome de Down (Neve et.
al., 1983) foi descrito como relacionado a alterações da atividade
glutatione-peroxidase eritrocitária podendo existir um vínculo com as
propriedades nutricionais e antioxidantes eventualmente relacionados ao
envelhecimento prematuro e quadros específicos de demência, motivo pelo qual
Annerén (1989) sugere suplementação de selênio nesses indivíduos. Além disso,
Storm (1990) descreve hipercarotenemia, correlacionada com proteção à agressão
oxidativa as células em Síndrome de Down. Os indivíduos portadores de Síndrome
de Down habitualmente já apresentam uma deficiência ponderoestatural pré-natal
uqe continua até por volta dos 5 anos (Cronk, 1978), permanecendo no 2o DP com
relação aos não-portadores de Síndrome de Down. Por apresentarem a massa
corporal pequena e crescimento menos do que as crianças "normais", os pacientes
de Síndrome de Down requerem menos calorias e nutrientes para o seu metabolismo
energético, ocorrendo obesidade em adolescentes quando consomem similar
quantidade energética que uma criança "normal" na mesma faixa etária (Held e
Mahan, 1978). A velocidade de ganho ponderal é deficiente entre 6o e 18o mês de
idade, resutando em desníveis de 22% da expectativa da população "normal". O
ganho estatural é melhorado após correção cirúrgica da eventual cardiopatia, e
com adequada orientação e nutrição (Hamill et. al., 1979).
Sistema
Hematológico - Os portadores de Síndrome de Down podem apresentar qualquer tipo
de comprometimento dos componentes hematopoiéticos, no entanto, quatro são as
anormalidades mais específicas deste grupo. A primeira delas é a mielo-displasia
transitória na infância (Weinberg e Weinstein apud Lubin, 1992). A segunda é a
macrocitose e eritrocítica (Akin apud Lubin, 1992 e Easthman e Jancar apud
Lubin, 1992). A terceira é o aumento da suscetibilidade à leucemia (Kalwinsky
et. al., Mitelman et. al.; Robinson et. al. Apud Lubin, 1992). A quarta é o
aumento da suscetibilidade à leucemia megacariocítica aguda (Suda e Zipuskky
apud Lubin, 1992). A policitemia ocorre com relativa frequência principalmente
pela cardiopatia ou por problemas respiratórios acarretando hipoxemia quando o
estímulo da eritropoiese é estabelecido (Miller et. al., 1983). É comum o
encontro de macrocitose que acontece em cerca de 65% dos portadores de Síndrome
de Down, quando deve ser feito o diagnóstico diferencial com: doença hepática
crônica, hipotireoidismo, deficiência de ácido fólico, deficiência de vitamina
B12, anemias hemolíticas, displasias medulares, toxidade por anticonvulsivantes
e hiperhidratação celular (Roizen e Amarose, Wachtel e Pueschel apud Lubin,
1992). Podem ocorrer transformações malignas em células progenitoras
plaquetárias (megacariocíticas) sendo que a trombocitopenia pode ser encontrada
nos recém-nascidos com Síndrome de Down devendo ser diferenciada da mesma
situação em CPCg ou coagulação intravascular disseminada, e necessariamente
excluída a possibilidade de mielo displasia ou leucemia congênita. (Pochedly e
Ente apud Lubin, 1992). A situação oposta, definida como trombocitose, é
frequentemente associada à uma desordem transitória mieloproliferativa (Miller
apud Lubin, 1992). As anormalidades'dos glanulócitos se caracterizam pela
evidente suscetibilidade a agentes infecciosos virais e bacterianos que
decrescem com a idade e aparentemente está envolvida com efeitos de fagocitose e
atividade bactericida (melmann apud Lubin, 1992). Umas das principais enzimas
conversoras intraeritrocitária é a SOD1, que tem sua concentração
intra-eritrocitária aumentada em 50% em portadores de Síndrome de Down em
relação aos eritrócitos de indivíduos normais (Crosti et. al. Apud Lubin, 1992,
McCord e Fridovich 1969, e Pantelakis et. al., 1970). O excesso da atividade
SOD1 tem sido implicado como um dos principais fatores da alteração bactericida
dos granulócitos em Síndrome de Down (Annerén e Bjorksten apud Lubin, 1992). A
SOD1 é uma enzima que tem um importante papel na resposta da ingestão bacteriana
pelos granulócitos. Seria de se esperar que o excesso de produção da SOD1 fosse
beneficiente, no entanto, o excesso da atividade da superoxidodesmutase decresce
a concentração intracelular do ânion superóxido e esse desequilíbrio pode
influir com fatores de defesa intracelular à determinados patógenos (Scott et.
al. Apud Lubin, 1992). Estudos avaliando a função granulicítica em pessoas com
Síndrome de Down revelaram algumas similaridades com a função granulocíticas de
Doença Granulomatosa Crônica (CUrnute et. al. Apud Lubin, 1992). Incluindo
baixos níveis de ânion superóxido comprometendo a ingestão bacteriana. Desta
forma pode ser desenvolvido maior potencial de infecções por "Staphylococcus
aureaus"e "Candida albicans". Assim como a SOD1, a atividade da glutationa
prroxidase também está significantemente elevada nesta população, bem como nos
pacientes com doença de Alzheimer (Annerén et. al., 1986). Como ambas as enzimas
eritrocitárias estão intimamente envolvidas com radicais superóxidos e peróxidos
de hidrogênio, sua alteração pode gerar danos e envelhecimento celular além de
doenças degenerativas (Warner, 1994, Wisniewski et. al., 1985). Estas alterações
são relacionadas a significativa elevação dos processos de consumo de oxigênio
vinculados a Síndrome de Down e doença de Alzheimer (DA) (Percy et al., 1990);
além da elevação da peroxidação lipídica descrita em cérebros de fetos
portadores de trissomia do cromossomo 21 (similar ao caracterizado no modelo
animal de camundongo com trissomia do 16) (Annerén et. al., 1987).
Sistema
Neurológico - Apesar de se saber que o peso da massa encefálica de protadores de
Síndrome de Down ao nascimento `t praticamente normal, durante a infância ele
somente atinge 3/4 do seu peso esperado (Schapiro et. al., 1989), indicando
plasticidade ou velocidade de maturação neuronal reduzida e limitadas. É
observada também uma configuração caracterizada por lobos frontais pequenos,
lobos occipitais encurtados, redução secundária dos sulcos e cerebelo pequeno
(Benda, 1971 e Crome, 1966 apud Florez, 1992). Tanto o desnvolvimento neuronal
como o dos dentritos chegam a atingir uma importante redução quanto ao número e
quanto ao volume, o que aparentemente sugere uma parada da plasticidade deste
sistema com degeneração e progressiva formação de placas senis. O principal
componente destas placas protéicas é um aminoácido peptídeo amiloidogênico
Beta/A4. Este elemento é derivado da proteína precursora beta amilóide (APP)
encontrada na Doença de Alzheimer (Neve et al., 1990); porém com a atividade
normal dos marcadores enzimáticos colinérgicos, acetilcolinatransferase e
acetilcolinesterase, que são neuro-transmissores sinápticos (Pearlson et. al.,
1990). Com o progredir da idade ocorrem alterações específicas com decréscimo
dos marcadores colinérgicos e nor-adrenérgicos que são vistos tanto em Síndrome
de Down como na doença de Alzheimer (Yates et. al., 1983, Sacks et. al., 1989).
Uma vez que os neurônios colinérgicos da parte anterior da base do cérebro
parecem estar ligados ao aprendizado e memória, sua degeneração pode ter um
papel na perda da memória da doença de Alzheimer, esta última ocorrendo de 15% a
51% da população com Síndrome de Down (Franceschi, 1990); também encontrada no
modelo animal da trissomia do cromossomo 21 humano que é expresso pela trissomia
do cromossomo 16 do camundongo MMU16 (Holtzman et. al., 1991). A patogênese do
comprometimento intelectual na Síndrome de Down foi relacionada com o
metabolismo de monocarbonos, efeitos bioquímicos da hiperdosagem da SOD1, da
CBS, S100 betaproteina, fosfofrutokinase (PFKL), disfunções tireoidianas com
elevação de TSH e redução de rT3 (T3 reverso), e síntese de purinas, no sistema
nervoso central (Lejeune, 1991). Cerca de 8,1% dos portadores de Síndrome de
Down apresentam distúrbios convulsivos, dos quais 41% se manifestam antes do 1o
ano de idade com quadros de espasmos infantis tônico-clônicos além de
mioclônicos (Pueschel et. al., 1991). Tangye e outros (1979) observaram
eletroencefalograma (EEG) normal em Síndrome de Down, mesmo na população com
manifestações epléticas (nestes últimos 72% apresentavam anormalidade de EEG com
expressões de distúrbios corticais difusas). Aparentemente os quadros epiléticos
são mais comuns nos portadores de Síndrome de down com CPCg.
Sistema
Otorrinolaringológico - As obstruções de vias aéreas superiores são
progressivamente reconhecidas nas crianças portadoras de Síndrome de Down, e
isto ocorre devido às principais bases anatomofisiológicas dos desvios
fenotípicos do trato respiratório alto e baixo. A predisposição à hipoventilação
está necessariamente vinculada à hipotonia e relacionada com, por exemplo,
rinorréias crônicas (de carácter infeccioso ou alérgico) e desenvolvimento
anômalo do maciço crânio-facial, acarretando obstruções do oronasofaringe (Rey e
Birman, 1990). Cerca de 50% dos portadores de Síndrome de Down apresentam este
tipo de obstrução de vias aéreas superiores. Em 90% dos deles, esta se associa à
hipoxemia gerando desconfortoe incordenação dos movimentos respiratórios,
podendo ocorrer completa obstrução alta, requerendo então intervenções
(Southall, 1987). Várias podem ser as causas vinculadas às síndromes hipóxicas
nos portadores de Síndrome de Down. Além das CPCg, que podem ser severas, temos
a desproporção do rinofaringe aliada à frequente hipertrofia do sistema
linfóide, mais o aumento das adenóides e das amígdalas como causa de situações
produtoras de distúrbios e apnéias do sono (Philips et. al., 1988, Wajnsztejn
et. al., 1993). A deficiência auditiva tem sido negligenciada pelos clínicos,
principalmente em se tratando deste comprometimento na população de lactentes,
com diagnóstico assessório de deficiências com comprometimento intelectual por
fatores genéticos tais como Síndrome de Down (Balkany, 1979). As otites médias
recidivantes são sem dúvida nenhuma a maior causa da hipoacusia, evidentemente
associada à maior frequência de anormalidades anatomofisiológicas dos orgãos do
sistema otorrinolaringológico encontrados na Síndrome de Down. Estas anomalias
compreeendem pavilhão auricular e conduto auditivo externo menores do que o
normal, malformação dos ossículos do ouvido médio, encurtamento das espirais
cocleares, desordens vestibulares, diferenças nos receptores neurosensoriais
otológicos evidenciadas após estimulações do VIII par craniano por reduzida e
incompleta mielinização dessas estruturas (Folsom, 1983, Widen, 1987). Pacientes
portadores de Síndrome de Down apresentam alterações a nível sensorial auditivo,
quando investigados audiológicamente através de "Audiometria de respostas
elétricas evocadas de Tronco Cerebral"(B.E.R.A., "brainstem evocked response
audiometry"). O "Bera"consiste na pesquisa dos potenciais auditivos evocados nos
diversos da via auditiva ao longo do Tronco Cerebral. São estes potenciais que,
evidenciados em ondas registradas, apresentam latências aumentadas em Síndrome
de Down. Consequentemente pela perda neurosensorial, ocorre potencialmente uma
dificuldade de linguagem, que obviamente já sofre limites pelas alterações
dismorfogenéticas do maciço facial da Síndrome de down, e especialmente pelo
intrínseco comprometimento intelectual próprio da Síndrome
Sistema
Gastrointestinal - As anomalias do trato digestivo da Síndrome de Down têm uma
ocorrência importante. Cerca de 3% a 7,5% apresentam atresia duodenal que em 65%
dos casos se associa à obstrução jejunal ou ileal, podendo ocorrer também
atresias digestivas altas com ou sem fístulas tranqueoesofagianas, Doença de
Hirshprung (aganglionose em 2% de Síndrome de Down), ânus imperfurado, estenose
de piloro, pâncreas anular, diafragma intraduodenal, vícios de rotação e
colecistolitíase (Mustacchi e Rozone, 1990). Quanto ao tratamento, deve ser
inciado a partir da primeira suspeita diagnóstica, e é claro que esteja
reservado esse tratamento ao Fonoaudiólogo e ao Fisioterapeuta, que deverão
incentivar prematuramente a amamentação ao seio materno, desde que não haja
contra indicação anatomofisiológica e ou clínica. O estímulo da amamentação fará
eclodir os primeiros sinais da aceitação do bebê como membro de sua nova
família, e oprotunizará o contato precoce, portanto prematuro, de sua mãe com a
realidade versus os estigmas e os preconceitos sócio-culturais perante a
Síndrome de Down. A mãe reconhecerá em seu bebê inicialmente, um ser humano, uma
criança como qualquer outra, que necessitará de alguns cuidados diferenciados
para sua melhor qualidade de vida. O trabalho fonoaudiólogico deve ser
intensivado com o objetivo de tentar reduzir incoordenações do sistema
fonodeglutatório, visto que os portadores de Síndrome de Down tem um alinhamento
nivelado entre a base do crânio e o céu da boca (palato), o que favorece o ato
de inspirar, pode ocorrer concomitantemente à deglutição, havendo maiores riscos
de síndromes aspirativos.
Grande
e maior marco do atraso de desenvolvimento na Síndrome de Down é caracterizado
pela sua linguagem tardia, ocorrendo entre 2 e 7 anos de idade; acredita-se que
este seja o ponto crucial da angústia familiar após ter percebido e se
convencido de que os bebês com Síndrome de Down são capazes de andar, correr,
brincar e "falar".
DISTÚRBIOS
DOS AUTOSSOMOS - Trissomia do 18
A
maioria dos pacientes apresentam com a trissomia do cromossomo 18 apresenta
trissomia regular sem mosaicismo, isto é , cariótipo 47, XX ou XY, +18. Entre os
restantes, cerca de metade é constituída por casos de mosaicismo e outro tanto
por situações mais complexas, como aneuploidias duplas,
translocações.
As
manifestações da trissomia do 18 sempre incluem retardamento mental e atraso do
crescimento e, às vezes malformações graves no coração. O crânio é
excessivamente alongado na região occipital. O pavilhão das orelhas é
dismórfico, com poucos sulcos. A boca é pequena. O pescoço é curto. Há uma
grande distância intermamilar. Os genitais externos são anômalos. O dedo
indicador é maior do que os outros e flexionado sobre o dedo médio. Os pés têm
as plantas arqueadas. As unhas costumam ser hipoplásticas.
DISTÚRBIOS
DOS AUTOSSOMOS - Trissomia do 13
A
trissomia do 13 é clinicamente grave e letal em quase todos os casos que
sobrevivem até 6 meses de idade. O cromossomo extra provém de não-disjunção da
meiose I materna e cerca de 20% dos casos resultam de uma translocação
não-balanceada.
O
fenótipo inclui malformações graves do sistema nervoso central como
arrinencefalia. Um retardamento mental acentuado está presente. Em geral há
defeitos cardíacos congênitos e defeitos urigenitais. Com frequência
encontram-se fendas labial e palatina, anormalidades oculares, polidactilia,
punhos cerrados e as plantas arqueadas.
DISTÚRBIOS
DOS AUTOSSOMOS - Síndrome do Miado do Gato (5p-)
Há
uma deleção do braço curto do cromossomo 5. Tal síndrome recebeu esse nome em
virtude do choro típico dos pacientes afetados, o qual lembra o miado de gatos.
Outras características são hipotonia muscular, microcefalia, pavilhão das
orelhas dismórficos, pregas epicântricas, malformações dos
membros.
DISTÚRBIOS
DOS CROMOSSOMOS SEXUAIS - Síndrome de Klinefelter (47, XXY)
A
Síndrome caracteriza-se pela presença do cariótipo 47, XXY ou em mosaicos.
Os
pacientes são altos e magros, com membros inferiores relativamente longos. Após
a puberdade os sinais de hipogonadismo se tornam óbvios. Os testículos
permanecem pequenos e os caracteres sexuais secundários continuam
subdesenvolvidos.
DISTÚRBIOS
DOS CROMOSSOMOS SEXUAIS - Síndrome 47, XYY
É
um dos cariótipos mais frequentemente observados. Despertou grande interesse
após observar-se que a proporção era bem maior entre os detentos de uma prisão
de segurança máxima, sobretudo entre os mais altos, do que na população em
geral.
DISTÚRBIOS
DOS CROMOSSOMOS SEXUAIS - Trissomia do X (47, XXX)
As
mulheres com trissomia do X não são fenotipicamente anormais. Nas células 47,
XXX, dois dos cromossomos X são inativados e de replicação tardia. Quase todos
os casos resultam de erros na meiose materna.
Algumas
mulheres com trissomia do X são identificadas em clínicas de infertilidade e
outras em instiuições para retardados mentais, mas provavelmente muitas
permanecem sem diagnóstico.
DISTÚRBIOS
DOS CROMOSSOMOS SEXUAIS - Síndrome deTurner (45, X e variantes)
As
meninas com esta Síndrome são identificadas ao nascimento ou antes da puberdade
por suas características fenotípicas distintivas.
A
constituição cromossômica mais frequente é 45,X sem um segundo cromossomo
sexual, X ou Y.
As
anormalidades envolvem baixa estatura, disgenesia gonadal, pescoço alado, tórax
largo com mamilos amplamente espaçados e uma frequência elevada de anomalias
renais e cardiovasculares.